Novidades incorporadas na 5ª edição do PMBOK®
Por: Marco Antônio Siqueira CardosoNOVIDADES INCORPORADAS NA 5ª EDIÇÃO DO PMBOK
OS GANHOS PARA A GLOBALIZAÇÃO DA GESTÃO DE PROJETOS
O PMI (Project Management Institute) tem publicado várias edições do PMBOK® (Project Management Body of Knowledge) ao longo dos últimos anos, contribuindo de forma relevante na definição das melhores práticas em gerenciamento de projetos.
Devido a sua alta capilaridade e alcance global, o PMBOK® têm sido fonte de referência para a compreensão dos processos de iniciação, planejamento, execução, monitoramento e controle e encerramento de projetos.
Até a quarta edição, abordava o conhecimento em Gerenciamento de Projetos em nove áreas: escopo, tempo, custo, recursos humanos, aquisições, riscos, comunicação, qualidade e integração.
A partir da quinta edição, disponibilizada a partir de dezembro de 2012, outra área de conhecimento foi introduzida: o gerenciamento dos stakeholders.
Os stakeholders são os atores que influenciam e/ou são influenciados pelo projeto e seus produtos. Podemos citar de uma forma genérica os clientes, usuários, fornecedores e agentes reguladores além do patrocinador e equipe do projeto.
A visão da gestão adequada desses atores traz ganhos importantes à medida que passamos a entender que o relacionamento com os stakeholders vai além de estabelecer canais adequados de comunicação, ampliando a visão do gerente de projetos sobre o estabelecimento de objetivos comuns que estreitem o envolvimento com as pessoas e organizações que estão de alguma forma ligada ao projeto.
Cinco novos processos foram incorporados:
• Planejar o Gerenciamento do Escopo;
• Planejar o Gerenciamento do Cronograma;
• Planejar o Gerenciamento dos Custos;
• Planejar o Gerenciamento das Partes Interessadas;
• Controlar o Envolvimento das partes interessadas.
Para os usuários do H2PM®, a maioria das alterações acima é pouco significativa, à medida que, mesmo tomando a 4ª. Edição como referência, já utilizávamos as diretrizes de definir claramente a documentação e entregas em todas as etapas dos projetos, com base na adoção de ferramentas convencionais (formulários e manuais), como também com o uso de ferramentas na WEB.
No nosso entendimento, o maior ganho atrelado a essa nova edição do PMBOK, é o alinhamento com a norma ISO 21500: Orientações para Gerenciamento de Projetos, lançada pela ISO no terceiro semestre de 2012.
Produzir normas que podem ser seguidas mundialmente, sem dúvida são um grande benefício no mundo globalizado de hoje, onde as pessoas e organizações estão cada vez mais associadas pelos objetivos comuns e não pelas fronteiras de sua nação de origem.
No caso específico do Brasil, os investimentos no segmento de energia (petróleo, gás, eletricidade, etc.) são cada vez mais executados por consórcios multinacionais. Isso ocorre também no segmento de telecomunicações, infraestrutura e outros, que serão nos próximos anos foco de grandes investimentos que são essenciais ao desenvolvimento sustentável do Brasil.
Também no mercado da cultura, cada vez mais se faz necessário o domínio de habilidades de planejamento e controle de projetos, garantindo a viabilidade na captação e gestão de recursos humanos e materiais.
A capacidade de avaliar a viabilidade de um projeto antes de colocá-lo em prática também é relevante à medida que podemos minimizar riscos e garantir o sucesso de empresas e organizações de todos os segmentos econômicos.
Aliando a nossa criatividade a ferramentas profissionais de gestão de projetos, poderemos com certeza mudar o quadro de dificuldades de gestão no setor público, contribuindo para a melhoria dos serviços de saúde, educação e segurança entre outros.
Dessa forma, dominar uma metodologia e as ferramentas globalizadas disponibilizadas pelo PMBOK 5, é com certeza um grande diferencial competitivo para os profissionais que atuam nos mais diversos segmentos produtivos.
E uma forma efetiva de ajudar o nosso país a de fato entrar no rol de nações desenvolvidas de forma sustentável, aumentando seu potencial produtivo através da capacitação e desenvolvimento de nossos ativos intangíveis (educação e ética entre eles), diminuindo a dependência crônica de parte do nosso contingente humano de programas de ajuda governamental, da má gestão de recursos públicos e de outras dificuldades estruturais que enfrentamos.
* Marco Antônio Siqueira Cardoso é Engenheiro especialista em Gerenciamento de Projetos pela University of California. Tem em sua formação profissional passagens por companhias multinacionais de grande porte, onde assimilou, entre outras, as metodologias denominadas Value Chain Analysis (Michael Porter - Harvard Business School) e Discovery Process (The Boston Consulting Group) aplicadas à disciplina da Análise e Redesenho de Processos Organizacionais e planejamento e desenvolvimento de projetos. Foi Gerente de Filial de Serviços de Tecnologia da Informação da Unisys em Brasília e Coordenador de Projetos de Tecnologia da Informação Região Centro-Oeste da XEROX do Brasil. É Coordenador do Escritório de Projetos da TECSOFT/SOFTEX do Ministério da Ciência e Tecnologia - MCT.
É professor e consultor do IDEMP - Instituto de Desenvolvimento Empresarial, onde ministra os cursos “Gerenciamento de Projetos – Metodologia PMI”, “BPM – Gestão de Processos de Negócios” e “Gestão Estratégica de Projetos”.